domingo, 12 de março de 2017

Dislexia de leitura – Síndrome de Irlen


                     Dislexia de leitura – Síndrome de Irlen

 
 
     O diagnóstico geralmente é feito por equipe multidisciplinar, formada por
psicopedagogos, neuro-psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos, ortoptistas e
atualmente alguns oftalmologistas, que se capacitaram no “Curso de Dislexia
de Leitura”.

    O exame oftalmológico não detecta o problema. Segundo a oftalmologista Dra.


    Márcia Guimarães em torno de 7% dos casos há alterações ortópticas, como
insuficiência de convergência.
Para os ortoptistas este é um novo campo de trabalho. Os casos são
encaminhados pelos oftalmologistas e psicopedagogos. Inicia-se com a
investigação ortóptica e se houver alterações na motilidade ocular o tratamento
ortóptico é realizado. Se os sintomas persistirem quando as condições de
binocularidade estiverem normais, os ortoptistas capacitados com o “Curso de
Dislexia de Leitura“ farão os testes para avaliar a Síndrome de Irlen, conforme
o protocolo da Dra. Helen Irlen.
   O curso nos coloca em posição de screeners, isto é, podemos avaliar usando
os conhecimentos que o curso nos fornece e o material é adquirido diretamente
da Dra. Helen Irlen, que tem a patente registrada. Esses materiais são
solicitados no Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães, em Belo Horizonte,
MG - onde o curso é realizado. São enviados relatórios com os resultados dos
exames e os materiais encomendados.
   É um tratamento ainda novo no Brasil e que promete ser a esperança de uma

vida melhor para pessoas portadoras de dislexia visual, problema que atinge

 
um em cada oito brasileiros e que acarreta uma série de dificuldades
relacionadas à manutenção da atenção, compreensão, memorização e à
atividade ocular durante a leitura, além de déficit de aprendizado.
  O método foi desenvolvido pela norte-americana Helen Irlen, que usa filtros
oculares seletivos para o tratamento da disfunção. A técnica foi trazida para o
Brasil por Márcia Guimarães, diretora do Hospital de Olhos Dr. Ricardo
Guimarães, em Belo Horizonte, um dos 34 centros no mundo autorizados a
usar o Método Irlen. Antes da criação deste método os oftalmologistas não
tinham como tratar a dislexia visual.
                Quais são os sintomas na Síndrome de Irlen?


    Pessoas com dislexia visual normalmente apresentam intolerância à luz,

 
principalmente à luz branca, fluorescente e faróis. Na leitura as páginas
brancas ficam ofuscantes. Esse incômodo faz com que o processamento
cerebral das informações, que chegam pela visão, se apresente de modo
distorcido, o que cria desconforto, dores de cabeça, irritabilidade, frustração,
insônia, distração, falta de visão em profundidade e de habilidade para detectar
a distância correta entre um objeto e outro, como degraus, escadas rolantes,
na prática de esportes e até para dirigir veículos. Os escolares também
enfrentam dificuldade em copiar e transcrever palavras do quadro para o
caderno, do livro para uma folha de respostas e a velocidade de leitura também
fica comprometida.
   As distorções de visão causam uma sensação de que, embora o centro da
visão esteja em foco, ao redor tudo se move ou fica desfocado. O exame
oftalmológico de rotina não costuma detectar casos de dislexia visual, pois o
centro de visão na leitura está nítido. A AV é 20/20 na maioria dos casos. O
esforço é muito grande quando o cérebro tem que bloquear essas sensações e
ainda, ler para compreender. O resultado é um cansaço que tende a aumentar
mais e mais à medida que a leitura se prolonga. É realmente desconfortável e
muitas pessoas simplesmente desistem de ler, chegando a abandonar os
estudos. A Síndrome de Irlen pode coexistir com outras dificuldades de
aprendizagem, leitura e de atenção. Nestes casos o tratamento é
multidisciplinar, envolvendo a ajuda de outros profissionais como pedagogos,
psicopedagogos, psicólogos e fonoaudiólogos e neurologistas.
                  Como resolver os problemas da dislexia visual?
 

Para resolver o problema das distorções e do desconforto à luz, o Método Irlen


detecta quais comprimentos específicos da luz visível devem ser bloqueados
ou neutralizados. Pessoas com dislexia visual passam por uma triagem inicial
entre uma dezena de cores, com o objetivo de facilitar o desempenho e
conforto visual durante a leitura. O portador da síndrome usa os filtros
selecionados sempre que for ler. Os efeitos são imediatos e progressivos. As
lentes ou filtros têm gradações sutis que, aos olhos do próprio examinador,
parecem iguais. Entretanto, para o portador da síndrome, produzem reações de
adaptação que normalizam sua atividade visual. O mais importante é o conforto
e a qualidade visual que proporcionam aos portadores.
Ortoptista Fátima Passador Valério (Presidente Prudente, SP), Dr. Ricardo
Guimarães e a ortoptista Solange Fecarotta (Ourinhos-SP, Londrina-PR.)
As ortoptistas: Mabel Moreira Gomes, Solange Fecarotta,
Rosa Maria Barajas e Fátima Passador Valério.
Ort. Fátima P.Valério, Dra. Márcia, Ort. Mabel Moreira Gomes, Ort. Rosa
Maria Barajas e Ort. Solange Fecarotta
O “VI Curso de Dislexia de Leitura” aconteceu em Belo Horizonte, no Hospital
de Olhos Dr. Ricardo Guimarães, nos dias 9, 10 e 11 de julho e que capacitou
96 profissionais das áreas de saúde e educação de todo o Brasil como
screeners para a Síndrome de Irlen (avaliadores).

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