Para identificar a dislexia é preciso ter em atenção algumas características comuns que auxiliam no diagnóstico de crianças com este distúrbio da comunicação.
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Alguns dos sinais claros desta condição, e que são considerados indicadores precoces, são os retardos ou hesitações na escolha das palavras, na substituição de palavras e na nomeação de letras e números.
As crianças disléxicas em idade pré-escolar podem demorar muito para falar, podem apresentar problemas de articulação das palavras e dificuldades para lembrar os nomes das letras, dos números e das cores. É comum também entre essas crianças a dificuldade para combinar os sons, rimar palavras, identificar a posição dos sons nas palavras, segmentar palavras em sons e identificar o número de sons nas palavras.
São frequentes os problemas de memória recente para os sons e para colocá-los na ordem correta.
Muitas crianças com dislexia confundem letras e palavras com outras semelhantes, sendo comum ocorrer inversão de letras durante a escrita (p.ex., me no lugar de em) ou a confusão entre letras (p.ex., d no lugar de b).
Substituições Comuns de palavras e letras na Dislexia
d - b
m - n
w - m
v - f
sol - los
som - mos
DISLEXIA COMO IDENTIFICAR E AJUDAR O ALUNO
O que é a dislexia?
A dislexia não é uma doença, é um funcionamento peculiar do cérebro para o processamento da linguagem. Pesquisas atuais, obtidas através de exames por imagens do cérebro, sugerem que os disléxicos processam as informações de um modo diferente, tornando-as pessoas únicas; cada uma com suas características, habilidades e inabilidades próprias.
O
QUE VEM A SER?
Epistemologicamente, Dislexia é
uma alteração nos neurotransmissores cerebrais que impede uma criança de ler e
compreender com a mesma facilidade com que as crianças da mesma faixa etária.
Todo desenvolvimento da criança é normal, trata-se de um problema de base
cognitiva que afeta as habilidades linguísticas associadas à leitura e à
escrita (DROUET, 2003, p.137).
A Dislexia vai emergir nos
momentos iniciais da aprendizagem da leitura e da escrita, é uma dificuldade
específica nos processamentos da linguagem, para reconhecer, reproduzir,
identificar, associar e ordenar os sons e as formas das letras. As causas da
dislexia são neurobiológicas e genéticas. A dislexia é herdada, portanto, uma
criança disléxica tem um pai, tio ou primo que também é disléxico e a
incidência difere de acordo com o sexo: para cada três homens disléxicos há
apenas uma mulher.
Segundo SELIKOWITZ (2001,p. 3),
para melhor entender a causa da dislexia, é necessário conhecer, de forma
geral, como funciona o cérebro. Diferentes partes do cérebro exercem funções
específicas. A área esquerda do cérebro, por exemplo, está mais diretamente
relacionada à linguagem; nela foram identificadas três subáreas distintas: uma
delas processa fonemas, outra analisa palavras e a última reconhece palavras.
Essas três subdivisões trabalham em conjunto, permitindo que o ser humano
aprenda a ler e escrever. Uma criança aprende a ler ao reconhecer e processar
fonemas, memorizando as letras e seus sons.
Ela passa então a analisar as
palavras, dividindo-as em sílabas e fonemas e relacionando as letras a seus
respectivos sons. À medida que a criança adquire a habilidade de ler com mais
facilidade, outra parte de seu cérebro passa a se desenvolver; sua função é a
de construir uma memória permanente que imediatamente reconheça palavras que
lhe são familiares.
À medida que a criança progride
no aprendizado da leitura, esta parte do cérebro passa a dominar o processo e,
conseqüentemente, a leitura passa a exigir menos esforço. O cérebro de disléxicos, devido
às falhas nas conexões cerebrais, não funciona desta forma.
No processo
de leitura, os disléxicos recorrem somente à área cerebral que processa
fonemas. A consequência disso é que disléxicos têm dificuldade em diferenciar
fonemas de sílabas, pois sua região cerebral responsável pela análise de
palavras permanece inativa. Suas ligações cerebrais não incluem a área
responsável pela identificação de palavras e, portanto, a criança disléxica não
consegue reconhecer palavras que já tenha lido ou estudado. A leitura se torna
um grande esforço para ela, pois toda palavra que ela lê aparenta ser nova e
desconhecida (SELIKOWITZ,2001, p. 4).
No disléxico a idade de leitura
pode ser até dois anos inferior à idade cronológica e esse déficit se traduz em
dificuldades e demora para ler, geralmente observa-se também grafia ruim e
erros ortográficos ao escrever, assim como omissão de letras e espelhamento.
A dislexia não tem cura, mas
existem tratamentos que permitem que as pessoas aprendam estratégias para ler e
entender. A maioria dos tratamentos enfatiza a assimilação de fonemas, o
desenvolvimento do vocabulário, a melhoria da compreensão e fluência na leitura.
Esses tratamentos ajudam os disléxicos a reconhecer sons, sílabas, palavras e,
por fim, frases. Ajudar disléxicos a melhorar sua leitura é muito trabalhoso e
exige muita atenção, mas toda criança disléxica necessita de apoio e paciência,
pois essas crianças sofrem de falta de autoconfiança e baixa autoestima, pois
se sentem menos inteligentes que seus amigos. (MARTINS, 2004).
Anime o aluno dislexia
Embora os disléxicos tenham grandes dificuldades para aprender a ler, escrever e soletrar, suas dificuldades não implicam em falta de sucesso no futuro, haja vista o grande número de pessoas disléxicas que obtiveram sucesso. Alguns pesquisadores acreditam que pessoas disléxicas têm até uma maior probabilidade de serem bem sucedidas; acredita-se que a batalha inicial de disléxicos para aprender de maneira convencional estimula sua criatividade e desenvolve uma habilidade para lidar melhor com problemas e com o stress (Gorman, 2003).
Classificação de todas as dislexias existentes:
Alguns autores classificam a dislexia tendo como base testes diagnósticos, fonoaudiológico, pedagógicos e psicológicos.
Conforme Lanhez (2002), a dislexia pode ser classificada em:
1. Dislexia disfonética;
2. Dislexia diseidética;
3. Dislexia visual;
4. Dislexia auditiva;
5. Dislexia mista.
Para Moojen apud Rotta (2006), é possível classificar a dislexia em três tipos:Dislexia fonológica (sublexical ou disfonética); Dislexia lexical (de superfície); Dislexia Mista.
O papel do professor
A primeira tarefa do professor é resgatar a autoconfiança do aluno. Descobrir suas habilidades para que possa acreditar em si mesmo ao se destacar em outras áreas.
O professor primário deve ele próprio construir os seus instrumentos de diagnóstico pedagógico (diagnóstico informal) a fim de conduzir a sua atividade mais coerentemente. É do maior interesse o uso de instrumentos que permitam detectar precocemente qualquer dificuldade de aprendizagem, pois só assim uma intervenção psicopedagógica pode ser considerada socialmente útil, pois quanto mais tarde for identificada a dificuldade, menos hipóteses haverá para solucionar corretamente. (FONSECA, 1995).
É importante que o professor explique à criança o seu problema, sente ao lado dela, não a pressione com o tempo, não estabeleça competições com os outros, que seja flexível quanto ao conteúdo das lições, que faça críticas construtivas, estimule o aluno a escrever em linhas alternadas (o que permite a leitura da caligrafia imprecisa), certifique-se de que a tarefa de casa foi entendida pela criança, peça aos pais que releiam com ela as instruções, evite anotar todos os erros na correção (dando mais importância ao conteúdo), não corrija com lápis vermelho (isso fere a suscetibilidade da criança com problemas de aprendizagem), e procure descobrir os interesses e leituras que prendam a atenção da criança.
O papel dos pais na dislexia do filho
Os pais precisam ficar atentos a frustrações, tensões, ansiedades, baixo desempenho e desenvolvimento apresentado pelos filhos. Cabe a eles a responsabilidade de ajudar a criança a ter resultados melhores, e deve partir deles, a procura de profissionais para realizar um diagnóstico multidisciplinar a cerca das dificuldades da criança, porque quanto mais cedo for realizado o diagnóstico e intervenção melhor, maiores são as oportunidades de sucesso.
O encorajamento, a ajuda, a compreensão e a paciência (pois o disléxico leva mais tempo para realizar algumas tarefas, e poderá ter de repeti-las várias vezes para retê-las), fazem parte do papel dos pais, assim como ir a busca de uma instituição educacional que atenda da melhor maneira às necessidades da criança (por exemplo, estudar o currículo da escola e seu método de ensino). E ter uma relação de troca, fazendo um intercâmbio entre os acontecimentos em casa, na escola e com os profissionais envolvidos.
maravilhoso esse artigo,contribuiu muito com o meu aprendizado e trabalho de faculdade que estou realizando.
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