quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Dislexia Distúrbios Específicos de Aprendizagem


Distúrbios Específicos de

Aprendizagem

Dislexia
 A escola e o professor devem proporcionar à

comunidade escolar atividades de conscientização

sobre Dislexia. Aulas, debates e vídeos são algumas

das estratégias úteis para ampliar os conhecimentos a

respeito do assunto.

 A escola precisa assegurar a comunicação permanente

com os profissionais que atendem o aluno

para definir os comprometimentos presentes no seu

aluno com Dislexia e quais as melhores medidas de

suporte escolar que se aplicam ao caso. Isso permitirá

estimular em sala de aula aspectos trabalhados na

clínica, tornando o processo interventivo integrado e

muito mais eficaz.

O professor deve colocar o aluno para sentar-se

próximo a sua mesa e à lousa já que frequentemente

acaba se distraindo com facilidade em decorrência

de suas dificuldades e/ou desinteresse. Essa medida

tende a favorecer também o diálogo, orientação e

acompanhamento das atividades, além de fortalecer

o vínculo afetivo entre eles.

. O professor deve prover estimulação de competências

metalinguísticas (consciência fonológica, consciência

sintática, consciência morfológica e consciência

metatextual) em crianças com atraso na aquisição e

desenvolvimento da linguagem oral, de risco para Dislexia,

desde a Educação Infantil até o 1º ciclo do Ensino

Fundamental para desenvolver habilidades necessárias

ao adequado aprendizado da leitura e escrita.

. Apresentação das informações:

• O professor deve dar informações curtas e espaçadas,




pois alunos com Dislexia frequentemente

apresentam dificuldades para guardar (reter) informações

mais longas, o que prejudica a compreensão

das tarefas. A linguagem também deve ser direta e

objetiva, evitando colocações simbólicas, sofisticadas

ou metafóricas.
• O aluno com Dislexia tende a lidar melhor com
as partes do que com o todo (“ver a árvore, mas não

conseguir ver a floresta”), portanto, deve ser auxiliado

na dedução dos conceitos.

• O professor deve utilizar elementos visuais (figuras,




gráficos, vídeos, etc.) e táteis (como por exemplo,

a utilização de alfabeto móvel, massinha, e outros)

para que a entrada das informações possa ser

beneficiada por outras vias sensoriais. Dessa forma,

principalmente no período de alfabetização, o aluno

pode compreender melhor a relação letra-som.
• As aulas devem ser segmentadas com intervalos
para exposição, discussão, síntese e/ou jogo pedagógico.
• É equivocado insistir em exercícios de fixação,
repetitivos e numerosos, isto não diminui a dificuldade

dos alunos com Dislexia.

• O professor deve verificar sempre (e discretamente)




se o aluno está demonstrando entender a explicação

e se suas anotações estão corretas. Dê tempo

suficiente para anotar as informações da lousa antes

de apagá-las.

78. As atividades em sala de aula e tarefas de casa

do aluno com Dislexia devem atender aos seguintes

princípios:

• Professores de Educação Infantil devem desenvolver




estratégias para estimulação de habilidades fonológicas

(por exemplo, rima e aliteração) e auditivas

(por exemplo, as crianças discriminarem sons fortes

de sons fracos, altos e baixos, longos e curtos). Devem

ser estimuladas as recontagens de histórias na oralidade,

a fim de promover a organização temporal, coerência

e planejamento da criança. Vale lembrar que as

atividades devem ser sistematizadas, organizadas em

graus de complexidade, conforme a idade e escolaridade.

Assim, o professor pode promover, por exemplo,

20 minutos diários destas atividades estruturadas
 
 
como uma forma de intervenção preventiva para todos

os alunos, beneficiando, sobretudo, aqueles com

sinais de risco para Dislexia.
• O professor pode dar algumas atividades já
prontas para que o aluno tenha o material em seu caderno

e não perca tempo maior que os outros para

copiar textos.

• Levar em consideração que a velocidade da escrita




do aluno com Dislexia é mais lenta em razão de

dificuldades de orientação e mapeamento espacial,

entre outras razões.

• Sempre que necessário, permitir o uso de tabuadas,




material dourado e ábaco nas séries iniciais, e o

uso de fórmulas, calculadora, gravador e outros recursos,

nas séries mais avançadas.

• Fornecer dicas, atalhos, regras mnemônicas e associações




ajudam o aluno a lembrar-se das informações,

executar atividades e resolver problemas.
• Como opção para atividades de aprendizado
complementar além da leitura, indicar filmes, documentários,

peças de teatro, visita a museus, quadrinhos

e, sobretudo, recursos digitais.

79. As avaliações do aluno com Dislexia devem

atender aos seguintes princípios24:

• O professor deve priorizar o progresso individual




do aluno com Dislexia, tendo por base um Plano

Educacional Individualizado e a valorização de aspectos

qualitativos ao invés de quantitativos.

• É recomendado que ao invés de poucas avaliações




cobrando um grande conteúdo de informações,

seja realizado maior número de avaliações com menor

conteúdo de informações (segmentação).
• Dependendo de consenso com o aluno e seus
pais, as avaliações podem ser realizadas junto à turma

ou em separado. Quando em separado pode facilitar o

aluno cuja leitura em voz alta auxilia sua compreensão.

No entanto, lembrar que em alguns casos, essa providência

pode criar estigmas. Quando junto à turma

recomenda-se que seja feita em dois tempos. Num primeiro

momento, antes de iniciar, o professor deve ler a

prova para todos os alunos, certificar-se de que o aluno

disléxico compreendeu as questões e oferecer assistência

frequente a ele. Em um segundo momento, em

separado da turma, o professor deve corrigir a prova

individualmente com o aluno, permitindo que responda

oralmente as questões erradas. Mas é considerável a

necessidade desse aluno fazer prova oral ou atividade

que utilize diferentes expressões e linguagens.
• Personalizar a avaliação com recursos gráficos
que substituam palavras e textos auxilia muito o aluno

com Dislexia. Avaliações que contenham exclusivamente

textos, sobretudo textos longos, devem ser

evitadas nesses alunos.
• Disponibilizar maior tempo para as avaliações
conforme a necessidade do aluno nas habilidades de

leitura e escrita.

• Facilitar a compreensão dos enunciados utilizando




um menor número de palavras sem necessariamente

comprometer o conteúdo.
• Ao empregar questões de falso-verdadeiro evitar
o uso da negativa e expressões absolutas, e construir

as afirmações com bastante clareza e que incluam somente

uma ideia em cada afirmação.
• Empregar questões de associações apenas de um
único assunto em cada questão e redigir cuidadosamente

os itens para que o aluno não se atrapalhe com

os mesmos.

• Ao empregar questões de lacuna: usar no máximo




uma em cada sentença; que a lacuna corresponda

à palavra ou expressão significativa de um conceito

primário e não a detalhes secundários; e conservar a

terminologia usada no livro ou em aula.
• Ao fazer correções ortográficas na produção da
criança, pondere. Uma sugestão é fazer um acordo prévio

das regras ortográficas que serão priorizadas (a cada mês,

por exemplo), reconsiderando erros menos relevantes.
• Não faça anotações na folha da prova, sobretudo
que façam referência a juízo de valor.

• O aluno com Dislexia tem dificuldade para reconhecer




e orientar-se no espaço visual. Dessa forma, observar

as direções da escrita (da esquerda para a direita

e de cima para baixo) em todo o corpo da avaliação.

 Autoconceito, vida emocional e social:
• O professor deve tratar o aluno disléxico com
naturalidade, com incentivo, valorizando seus acertos

e estimulando sua perseverança e autoestima.
• Cuidar para não expor esse aluno perante seus
colegas em virtude de suas dificuldades, sobretudo de

ler ou escrever em público.
• Cuidar para que ele se integre na comunidade
escolar não deixando que sua inaptidão para determinadas

atividades escolares (provas em dupla, trabalhos

em grupo, etc.) possa levar seus colegas a rejeitá-

-lo nessas ocasiões.

. O aluno com Dislexia já tem dificuldades para

automatizar o código linguístico da sua própria Língua

e isso se acentua em relação à Língua Estrangeira24.




Uma flexibilização curricular ou eventual dispensa da

disciplina devem ser discutidos com o aluno e seus pais

para evitar prejuízos em sua autoestima e evolução.

. Não há receita para trabalhar com alunos com

Dislexia. O professor deve ter em mente que o planejamento

deve ser individual, pois cada aluno terá

necessidades distintas. De suma importância nesse

processo é compartilhar com a criança como serão

conduzidas as atividades, isso a tornará mais segura

em sala de aula e nas avaliações, melhorando seu desempenho
e relação com os colegas24.

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