sexta-feira, 15 de dezembro de 2017
sábado, 2 de dezembro de 2017
sábado, 18 de novembro de 2017
O meu filho tem dislexia, e agora? Dicas e estratégias para pais
O meu filho tem dislexia, e agora?
Dicas e estratégias para pais
Como pai de uma criança ou jovem com dislexia, deve ter em consideração os seus direitos e deveres, para que possa viver melhor, em termos familiares esta nova situação, como também ajudar o seu filho a superar as suas dificuldades.
em primeiro lugar, é importante que compreenda bem a avaliação e o diagnóstico do seu filho. Os técnicos envolvidos na avaliação e encaminhamento devem discutir em conjunto comos pais os resultados da avaliação. Procure esclarecer quaisquer dúvidas que tenha sobre a mesma, nomeadamente expressões demasiado técnicas ou como estão fundamentadas as conclusões. Se tiver interesse em obter informações sobre a dislexia peça para lhe recomendarem bibliografia.
Aquando do conhecimento do diagnóstico, é natural que os pais atravessem um turbilhão de sentimentos. Segundo Hartwig (1984), os pais de crianças com dislexia passam por cinco estádios:
1) Negação
2) Raiva
3) Depressão
4) Aceitação
5) Esperança (Hennigh, 2003)
No entanto, é importante realçar que nem todos os pais passam por todas estas fases, nem estas fases são estanques ou com uma ordem rígida. Portanto os pais podem vivenciar uma mesma situação de formas muito diferenciadas.
Após o momento do reconhecimento e aceitação do diagnóstico, é fundamental delinear um programa que estabeleça os objetivos e estratégias a serem usadas.
A equipa multidisciplinar deverá chegar a um consenso quanto à planificação educacional, devendo ser consideradas as componentes que permitam ao professor do ensino regular, ao professor do ensino especial e aos pais perceber que tipo de apoio educacional a criança necessita, bem como o tipo de serviços de educação especial que serão prestados (Correia, 1999; Hallahan et al., 1999).É importante que reconheça que, como pai, você tem não só informação relevante sobre o seu filho, como é mais um recurso de apoio, se a comunicação for eficaz. A comunicação entre o professor e/ou técnico que trabalhe com a criança com DAE e os respetivos pais é fundamental para o processo de aprendizagem e o sucesso da criança, devendo-se, portanto fomentar uma atmosfera de troca.
Posteriormente deverão manter a comunicação de forma periódica, que pode ser estabelecida de diversas formas, quer através de reuniões, ou de um caderno de notas, via telefónica ou por correio eletrónico. O importante é haver troca de informação, para que o programa possa ser monitorizado e os objetivos atualizados periodicamente (Hallahan et al., 1999; Hennigh, 2003; Lerner, 2003).
No início de cada ano letivo, e também no caso de o seu filho mudar de escola, marque uma reunião com o novo professor, mesmo que os professores tenham acesso ao processo do ano anterior, deve reunir-se com eles para explicar as dificuldades do seu filho e dar cópias das avaliações mais recentes (Selikowitz, 2001).
Aquando da implementação do programa de intervenção é fundamental tomar conhecimento acerca das áreas a potencializar e das áreas fortes do seu filho, bem como o seu grau de satisfação, de adesão e dos sucessos da sua família (Dias, 1996; Pimentel, 1997). Lembre-se de ressaltar sempre quais são as suas prioridades e expetativas na intervenção, bem como de fazer um levantamento dos recursos disponíveis para que a partir daí se desenvolvam os objetivos e estratégias a implementar.É fundamental que os pais se sintam capazes de ajudar o seu filho e se sintam responsáveis pelo processo. Defina o seu papel, como pai, o do seu filho e o do técnico ao longo da intervenção, deve ficar bem explícito o que se espera de cada um (deveres, direitos, responsabilidades). Responsabilize-se pela defesa dos seus direitos como família num todo, e do filho, em particular. É importante o seu papel como “defensor”, ou seja, é fundamental garantir que o seu filho recebe a melhor educação possível, devendo estar devidamente informado de forma a exigir os serviços e recursos necessários (Hallahan et al., 1999).
No entanto, é necessária alguma precaução, para que também não se caia no extremo de culpabilizar a escola por todas as dificuldades.
No dia-a-dia é importante que tenha em consideração algumas orientações que Hartwig (1984) sugere (Hennigh, 2003):
- «Não seja superprotetor. As crianças com dislexia são muito capazes e devem assumir responsabilidades.
- Não faça pela criança aquilo que ela própria é capaz de fazer. Dê-lhe a possibilidade de experimentar.
- Incentive a curiosidade e os interesses especiais que a criança possa ter (…). As crianças estão mais motivadas quando está em causa algo que apreciam.
- Estabeleça objetivos razoáveis, não torne as coisas demasiado fáceis ou demasiado difíceis.
- Seja paciente. Ficar aborrecido ou ansioso só levará a que a criança se sinta frustrada.
- Pense a longo prazo e perspetive o futuro de forma objetiva. As crianças com dislexia devem ser incentivadas a frequentarem o ensino secundário e a prosseguirem estudos superiores.»
Uma das sugestões que alguns autores referem é que os pais devem manter-se ativos e não devem perder os seus próprios interesses pessoais, extra familiares, para que mantenham alguma independência e possam ter alguns tempos só para si. É ainda crucial que não se envolvam excessivamente nas áreas académicas com os filhos, pois pode ser altamente frustrante.
Como referem Bruttem Richardon e Mangel (1973) “quando o pai assume o papel de tutor, a criança frequentemente perde o pai e ganha um professor medíocre” (Lerner, 2003; Selikowitz, 2001).
Quando decidir ensinar o seu filho é importante assumir a ideia de como ser um bom professor; primeiro deve entrar em contacto com o professor do seu filho, para se certificar que o que ensinar ao seu filho complementa a escola, deve ainda escolher momentos em que se sintam calmos para trabalharem e tornarem-nos agradáveis, seja encorajador e não seja crítico, faça pequenas mas frequentes sessões de estudo e quando estas terminam, pare de desempenhar o papel de professor (Selikowitz, 2001).Outra sugestão é partilhar os seus sentimentos com um amigo, um profissional, ou um familiar. Seria também interessante se os pais se juntassem a um grupo educativo de pais, tendo assim oportunidade de conhecer outros pais com problemas semelhantes e assim diminuir a sensação de isolamento. Estes grupos são igualmente importantes em termos de sensibilização da comunidade e de profissionais, como em termos de legislação (Lerner, 2003; Selikowitz, 2001).
É ainda importante que os pais desenvolvam estratégias para enfrentar comentários agressivos de outros indivíduos sobre o seu filho. Deve tentar preparar-se para enfrentar estas situações e delinear qual a melhor estratégia para lidar com tal situação e não seja apanhado desprevenido. É igualmente importante que forneça informação para aqueles que o rodeiam acerca das dificuldades do seu filho, para que compreendam e tenham atitudes assertivas (Selikowitz, 2001).
Não são unicamente os pais que podem passar por fases e sentimentos complicados. Quando existem irmãos, estes podem igualmente sentir-se fragilizados, por isso é importante tomar consciência das pressões que os seus outros filhos possam sofrer.
Os irmãos podem não compreender as dificuldades do outro irmão e nesse caso deve tentar explicar-lhe ao que se devem e porque existem. Explique que, por vezes, os pais têm que dedicar um pouco mais de atenção ao irmão para o ajudar e que isso não significa que estejam a discriminar ou que gostem mais de um do que do outro.Os irmãos podem ainda sentir-se magoados com certos comentários que ouvem em relação ao irmão, nesse caso deve incentivá-lo e desabafar e encontrar estratégias para reagir de forma adequada nessas situações, pode ainda pedir a ajuda do professor, no sentido de falar sobre “a diferença” ou “o ter dificuldades” na turma, de forma a mudar as atitudes das outras crianças (Selikowitz, 2001).
Um aspeto crucial no papel dos pais, para além de assumirem o papel do ajustamento familiar, é fomentarem atitudes positivas em relação à aprendizagem e de ajudarem o filho a organizar o estudo.
Algumas sugestões para estimular e facilitar uma atitude positiva face à leitura e à escrita encontram-se listados de seguida (Alliende & Condemarin, 2005; Cabral, 2000; Hennigh, 2003):- Leia e mostre ao seu filho que lê e escreve com diversos objetivos: informar-se das notícias, consultar um dicionário, ler a previsão do tempo, ver as instruções de um jogo ou de um aparelho, seguir os passos de uma receita culinária, fazer depósitos no banco, escrever um postal, carta ou convite, fazer uma lista de compras, escrever um diário;
- Demonstre e partilhe ao seu filho como sente prazer em ler nos tempos livres;
- Vá com o seu filho a livrarias, folhear e comprar livros e vá a papelarias explorar e adquirir materiais de escrita;
- Tenha à disposição do seu filho materiais diversificados de leitura e de escrita com figuras, com diferentes formatos e conteúdos variados: aventuras espaciais, ciências naturais, história, contos tradicionais, etc.;
- Incentive o seu filho a manusear livros com frequência, cuidado e respeito;
- Aproveite situações em que o seu filho coloque questões, para consultar o dicionário, enciclopédias ou fazer pesquisas na Internet;
- Comente aquilo que lê e mostre como, mesmo sendo adulto, continua a aprender coisas novas através da leitura;
- Debata livros e acontecimentos atuais em família, nomeadamente às refeições;
- Faça jogos linguísticos, como trava-línguas, adivinhas, rimas, provérbios ou poemas, utilizando alguns livros;
- Prepare dramatizações de contos, através da mímica, fantoches ou marionetas, com toda a família. Leiam e preparem as partes de cada um, em conjunto;
- Leia as histórias que mais impressionavam o seu filho quando era pequeno, tentando que ele se recorde das acções da história e vá adicionando pormenores ou prevendo o que se sucede;
- Compre-lhe livros com conteúdos do seu interesse e assinem revistas. Incentive o seu filho a dar livros como presentes de aniversário aos amigos;
- Valorize as pessoas que gostam de ler;
- Transcreva ou incentive o seu filho a escrever contos inventados por ele, respeitando as suas palavras e frases. Partilhe-os com familiares e amigos na presença do seu filho;
- Valorize e leia as histórias ou poemas escritos por outros membros da família;
- Tente aperceber-se dos interesses do seu filho, através das suas brincadeiras, respeite-os e adquira materiais de leitura sobre esses interesses;
- Construa uma biblioteca (“cantinho da leitura”) com o seu filho, podem montar e pintar uma estante, encadernar ou arrumar os livros por temas, ter um dicionário, prontuário, atlas e enciclopédia. Assim o seu filho vai-se sentir orgulhoso da biblioteca e irá mostrá-la aos parentes e amigos, o que incita a que lhe sejam oferecidos livros;
- Construa um “cantinho da escrita” com o seu filho, onde para além da mesa e cadeira devem existir diversos materiais: caixas etiquetadas para arrumar listas de palavras, baralho com letras do alfabeto, cartazes com imagens e/ou desenhos da criança, papel de carta e envelopes, material de leitura periodicamente renovável (livros, jornais, revistas, brochuras, folhetos), diversos instrumentos de escrita (lápis, canetas coloridas), computador, borrachas, régua, clipes, tesoura, cola, pionés, fita-cola, blocos de notas, papel de rascunho, cartolinas, livro de endereços organizado pelo seu filho, dossiês para arquivo de material, jogos comerciais com palavras;
- Promova o intercâmbio de livros entre amigos e familiares, assim existe uma maior diversidade de livros à escolha e permite a discussão do que foi lido;
- Promova a troca de correspondência entre amigos e familiares;
- Vá a bibliotecas com o seu filho (adquiram cartões de leitor), fale com os bibliotecários sobre as novidades literárias e assista ao lançamento de livros, incentivando o seu filho a pedir autógrafos e falar com os autores dos livros;
- Pode informar-se se existe algum clube de livros ou de leitores junto da sua residência, e inscreva o seu filho, ele vai-se sentir orgulhoso de pertencer a um clube;
- Leia sempre para os seus filhos, logo desde pequenos, pode ler-lhe todas as noites tornando essa uma rotina e uma ocasião especial (relaxante e de amor). Lembre-se que quando lê em voz alta ao seu filho, não só está a transmitir uma experiência positiva de leitura, como também a modelar hábitos de leitura positiva;
- Leia alternadamente com o seu filho, comece a ler e depois vá alternando com o seu filho a leitura do livro. Lembre-se que este momento deve ser de prazer para os dois;
- Podem ainda ler em coro, acompanhando o texto com o dedo e tente não ir rápido demais, vá ao ritmo do seu filho;
- Utilize um livro adotado pelo professor ou, quando seleccionar um, certifique-se que o vocabulário é adequado ao nível do seu filho e que tem letras bem legíveis;
- Utilize jogos lúdicos para o treino da leitura, como por exemplo o loto ou o bingo;
- Enquanto ouve o seu filho a ler, não se mostre impaciente ou ansioso, nem esteja sempre a corrigi-lo. Diferencie os momentos de leitura de prazer, daqueles em que estão a ler para as tarefas académicas;
- Sinta-se satisfeito com os progressos do seu filho a nível da leitura e na escrita, elogie-o de forma específica e verdadeira;
- Durante a leitura lembre-se sempre de pedir ao seu filho para tentar ir fazendo previsões do que se sucederá na história (quer a partir do conteúdo, quer a partir de imagens), pare frequentemente para irem recontando o que já foi lido e retirarem dúvidas e no final verifiquem se as previsões estavam corretas e façam um resumo e uma crítica com opinião pessoal sobre a história (personagens, enredo, desenlace, sentimentos, conflitos);
- Partilhe com o seu filho interesses a nível da leitura, leiam livros sobre as mesmas temáticas e partilhem o que aprenderam;
- Construa uma caixa de vocabulário com o seu filho, escreva a palavra nova num dos lados de um carão e no verso, o seu significado. Vão-se acrescentando palavras novas que foram ouvidas ou lidas que devem ser revistas periodicamente (soletrar e dizer significado). Podem ainda fazer-se jogos com as palavras: construir frases, dizer palavras da mesma família, dizer antónimos, memorizar palavras, agrupá-las por categorias, etc. A caixa pode ser decorada pelo seu filho. Esta atividade promove o desenvolvimento do vocabulário e fará com que ele se sinta mais confortável e predisposto a perguntar o significado de palavras que ouve;
- Incentive o seu filho, no dia-a-dia a ler letreiros, rótulos ou outras informações escritas;
- Utilize a televisão como estimulante da leitura, quer na consulta das programações semanais, para seleccionarem os programas mais interessantes, quer para aprofundarem com leituras temas que tenham despertado o interesse num programa televisivas;
- A Internet pode também ser vista como fonte de estimulação da leitura e da escrita, quer através do correio eletrónico, como pela utilização de motores de busca, para aprofundarem algum tema ou esclarecer dúvidas;
- Aproveite as festas familiares de aniversário, ou outras, para escrever os convites ou cartões de saudações, como também podem preparar algumas dramatizações para exibirem nas festas;
- Incentive o seu filho a escrever um diário, ela poderá anotar o que fez durante o dia e registar os sentimentos acerca da família, dos amigos e da escola. Bem como, os seus planos para os dias seguintes. Se o seu filho tiver muita dificuldade ou ainda não souber escrever, pode fazer os seus registos através de desenhos, e nalguns casos acrescentar fotografias e colagens. Deve-se enfatizar que este é um momento de prazer, e diga ao seu filho que não é importante a ortografia, bem como só partilha o que lá escreve, se o desejar. Esta atividade é importante para o seu filho desenvolver a capacidade de se expressar através da escrita. Os pais devem também revelar como efetuam os seus registos diários e a sua importância, por exemplo, a utilização de agenda;
- Incentive o seu filho a ser um “pequeno repórter”. Ele pode levar um bloco de notas e máquina fotográfica sempre que vão passear e ir registandas as informações e acontecimentos mais importantes;
- Construa com o seu filho uma árvore da família;
- Incentive o seu filho a construir um livro das suas receitas prediletas;
- Invente jogos com a escrita, que possam ser efetuados em qualquer parte: construir frases com desenhos, fazer desenhos a partir de letras, jogo caça palavras, jogo do “quantos-queres”, etc.;
- Peça ao professor para lhe ir indicando as palavras que estão a ser trabalhadas na escola, prepare cartões com essas palavras para treinar regularmente com o seu filho (olhar, dividir em sílabas, escrever);
- Utilize alguns programas ou softwares de computador que facilitam o treino da ortografia;
- Adquira adaptadores para as canetas e lápis, no caso de o seu filho ter dificuldade na sua manipulação;
- Favoreça a exploração e aprendizagem das letras, pode utilizar letras em tamanho grande ou pequeno e de diversos materiais (plástico, cartão, metal, madeira), devendo sempre o lado da frente ser mais colorido e atrativo do que o verso. Podem-se efetuar diversas atividades com as letras: soletrar palavras e ir retirando as respetivas letras, ordenar as letras, agrupar letras e ler as palavras formadas. Deve-se dar tempo para a criança explorar as letras sozinha e nunca devem ser efetuadas críticas negativas e desmotivadoras;
- Deve manter-se informado em relação à quantidade e à qualidade da leitura exigida na escola. Deve partilhar com os professores qual a atitude e motivação do seu filho em relação aos livros em geral, e aos recomendados pelos professores;
- Lembre-se de reservar algum tempo livre para o seu filho, no qual possa desfrutar com prazer a leitura, para isso é fundamental que ele não esteja sobrecarregado de atividades extracurriculares ou tarefas domésticas e académicas;
- Facilite ao seu filho ter um bom ambiente para ler, um ambiente calmo, com boa luminosidade, cómodo e silencioso;
- Ajude o seu filho nos conceitos aritméticos através de situações do quotidiano, ou seja, discuta com ele coisas que envolvam números e estimule-o a participar em actividades que envolvam a contagem, nomeadamente pôr a mesa (contar o número de talheres e pratos), fazer pequenas trocas, jogos com dados, cozinhar (medir ingredientes), ir às compras (fazer trocos), apontar a sua altura e peso;
- Facilite um ambiente emocional que favoreça a leitura. Nunca imponha a leitura como uma obrigação, ameaça ou castigo. O seu filho irá sentir interesse pela leitura se tiver experiências agradáveis, se conseguir ler fluentemente, se constituir um desafio (nem demasiado fácil, nem demasiado difícil), se obtiver a aprovação social;
- Se tiver oportunidade, ofereça-se como voluntário para ajudar o professor nas atividades de leitura, você pode ser um excelente tutor de outras crianças na leitura, facilitando a individualização na sala de aula, o que por vezes é tarefa impossível para os professores;
- Se tiver oportunidade, torne-se provedor da biblioteca da aula ou da escola. É importante para isso que saiba os interesses das crianças, de acordo com as idades de desenvolvimento e níveis de legibilidade. Isto vai depois ajudá-lo a selecionar livros para o seu filho;
- Organize um grupo de pais que se reúnam periodicamente com o professor para partilharem ideias, planos e estratégias que permitem alcançar o objetivo de ler cada vez mais e melhor.
Para além da importância que os pais têm na estimulação e mudança de atitude, do seu filho, face às actividades académicas, é fundamental o seu papel na formação da autoestima.
Quando o seu filho tem uma autoestima elevada mais facilmente superará as suas dificuldades. Para isto, deve dar-lhe elogios aos seus esforços e valorizar as suas qualidades positivas. Ensine-o também a dar elogios e não se esqueça de também se elogiar a si próprio, pois crianças com pais com elevada autoestima têm mais hipóteses de também a ter. Deve encorajar o seu filho a estabelecer metas realistas para que ele possa experimentar o sucesso. Disponibilize tempo para passar momentos agradáveis e de diversão com o seu filho. Incentive-o ainda a pertencer a um clube ou grupo. Dê-lhe a oportunidade de assumir algumas responsabilidades e de tomar opções, para que se torne mais confiante. Enriqueça as experiências dele, indo a exposições, teatro, concertos, excursões, etc.Outro aspeto crucial é o contar ao seu filho sobre as suas dificuldades de aprendizagem, é importante ponderar sobre esta situação . É considerado vantajoso que aborde este tema com ele, antes de ele ficar confuso ou entrar no ciclo da desmotivação e baixa autoestima. Fale-lhe sobre a diferença e sobre os talentos que uma pessoa pode ter, especificamente nas qualidades dele. É importante que esclareça logo à partida que não pode usar as suas dificuldades como desculpa, deve fazer uma clara distinção entre dificuldade e preguiça (Selikowitz, 2001).
Em conclusão, seja persistente e coerente na tomada de decisões que efetuar ao longo do desenvolvimento do seu filho, aceite quaisquer desafios e encare-os com otimismo, pois certamente que conseguirá, juntamente com o seu filho, alcançar muitos êxitos ao longo da vida.
Texto elaborado por:
Leonor Ribeiro, Técnica Superior de Educação Especial e Reabilitação, CADIN
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Alliende, F., & Condemarin, M. (2005). A leitura: teoria, avaliação e desenvolvimento (E. Rosa, Trans. 8 ed.). São Paulo: Artmed.
Cabral, M. A. (2000). Ideias para escrever (2 ed.). Porto: Edições Contraponto.
Correia, L. M. (1999). Alunos com necessidades educativas especiais nas classes regulares. Porto: Porto Editora.
Dias, J. C. (1996). A problemática da relação família/escola e a criança com necessidades educativas especiais. Lisboa: Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência.
Hallahan, D., Kauffman, J., & Lloyd, J. (1999). Introduction to Learning Disabilities (2 ed.). Massachusetts: Allyn and Bacon.
Hennigh. (2003). Compreender a dislexia. Porto: Porto Editora.
Lerner, J. W. (2003). Learning Disabilities: Theories, diagnosis and teaching strategies (9 ed.). Boston: Houghton Mifflin Company.
Pereira, F. (1996). As representações dos professores de educação especial e as necessidades das famílias. Lisboa: Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência.
Pimentel, J. V. Z. S. (1997). Um bebé diferente: Da individualidade da interacção à especificidade da intervenção. Lisboa: Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência.
Selikowitz, M. (2001). Dislexia e outras dificuldades de aprendizagem (A. S. filho, Trans.). Tijuca: Revinter.
Thurman, S. K., Cornwell, J. R., & Ridener, S. (1997). Context f early intervention: Sistems and settings. Baltimor: Paul H. Brooks
sexta-feira, 3 de novembro de 2017
quarta-feira, 1 de novembro de 2017
sexta-feira, 22 de setembro de 2017
O que é paralisia cerebral?
O que é Paralisia Cerebral?
A
paralisia cerebral (PC) surge durante o início da infância e é causada pelo
desenvolvimento anormal, ou por lesões, de partes do cérebro que controlam o
movimento, o equilíbrio e a postura, acarretando em distúrbios do movimento
permanentes. Os sintomas mais frequentes incluem falta ou diminuição da
coordenação motora, rigidez muscular, fraqueza muscular e tremores. Pode também
trazer alterações nos sentidos como visão, audição e fala. Estes sintomas são
causados por um distúrbio que ocorre durante o desenvolvimento do cérebro, na
maioria das vezes antes do nascimento.
Por ser
causada por uma lesão irreversível, não há cura para a doença, porém, os
tratamentos são de suma importância para que a criança possa se desenvolver da
melhor forma em diversos aspectos de sua vida.
A
equoterapia é um dos tratamentos indicados e os seus benefícios são significativos
para pacientes com paralisia cerebral. A prática ajuda no desenvolvimento do
equilíbrio, coordenação motora, adequação de tônus e melhora da postura. Além
de promover a autoestima, autoconfiança e diminuição da ansiedade. Para a
profissional Ana Carolina Matos, do Instituto Andaluz, quanto antes o
tratamento for iniciado, maiores os benefícios. “A equoterapia é indicada para
pacientes com paralisia cerebral de todas as idades, mas se iniciada já a
partir dos 2 anos, é possível estimular tanto a fase motora, quanto psíquica,
resultando em ganhos maiores”, explica Ana Carolina.
O
Instituto Andaluz realiza a equoterapia com excelência e profissionais
preparados. Nós podemos ajudar você! Entre em contato conosco pelo telefone
(41) 3027-1666 e saiba mais sobre o nosso espaço.
segunda-feira, 4 de setembro de 2017
domingo, 27 de agosto de 2017
domingo, 13 de agosto de 2017
quinta-feira, 10 de agosto de 2017
domingo, 6 de agosto de 2017
quinta-feira, 20 de julho de 2017
Dislexia e Alfabetização: orientações para pais e educadores Vídeo de orientação sobre dislexia, elaborado pela Profa Dra Elisabete Castelon Konkiewitz. Aborda a detecção da dislexia, a causa, as bases neurobiológicas, a avaliação fonoaudiológica, a intervenção precoce, a consciência fonológica, o método fônico de alfabetização, a alta frequência do problema, atitudes a serem tomadas pelos professores em sala de aula, autoestima da criança e a importância da prevenção de bullying.
sexta-feira, 30 de junho de 2017
segunda-feira, 26 de junho de 2017
Nem disléxia nem déficit de atenção, seu filho pode ter "Síndrome de Irlen"! O que vem a ser isso
As pesquisas
indicam que cerca de 46% das pessoas com dificuldades escolares têm Síndrome
de Irlen, condição que afeta pessoas de todas as idades, com
inteligência normal ou superior à média e está relacionada à desorganização,
no cérebro, das informações recebidas pelo sistema visual. Sua causa é a sensibilidade
a certas ondas de luz, o que provoca, por exemplo, distorções no material
de leitura e escrita, resultando em menor qualidade no desempenho escolar e
de vida.
Foi a Dra. Helen
Irlen, uma psicóloga americana, a responsável pela descoberta e pelos
estudos internacionais sobre essa síndrome que é muito pouco difundida no
Brasil, apesar de já ser investigada há mais de 25 anos na América do Norte
e de haver centros de diagnóstico e tratamento em 42 países. No Brasil, a Síndrome
de Irlen é conhecida há apenas 4 anos.
A SI, como é
comumente chamada, gera dificuldades nas atividades diárias e escolares,
pois produz desfocamento, distorções do material gráfico, inversões de letras,
trocas de palavras, perda de linhas no texto, desconforto nos olhos, cansaço,
distração, sonolência, dores de cabeça, enxaqueca, hiperatividade,
irritabilidade, enjôo e fotofobia, tudo isso após um intervalo
relativamente curto de esforço despendido no processamento das informações
visuais.
Qualquer pessoa, ainda que com a
acuidade visual dentro dos padrões de normalidade (ou seja, enxergando bem) tem
chances de ser portador da síndrome, já que se trata de uma disfunção da
percepção e não uma patologia ligada diretamente aos olhos.
Ela está
relacionada a déficits na codificação e decodificação das informações
visuais pelo sistema nervoso central. É necessário um diagnóstico
diferencial por profissionais especializados, uma vez que não pode ser
detectada através de exames oftalmológicos de rotina, nem por testes
padronizados para verificação de dificuldades de aprendizagem.
Além das
intervenções psicopedagógicas e médicas mais comuns, a utilização do Método
Irlen – avaliação do problema e indicação de sobreposições coloridas
(transparências de acetato) sobre os textos ou filtros seletivos (lentes
coloridas) – ajuda indivíduos com problemas comportamentais, emocionais e
com dificuldades escolares, pois melhora a fluência da leitura e a atenção
sustentada, resolvendo casos de leitura mais lenta e segmentada, com
comprometimento de memorização, compreensão e aprendizagem.
Quais são os sintomas que podem estar relacionados ao Irlen, ou seja, o
que me dá pistas que talvez eu tenha um desses casos dentro de casa?
Pessoas com Irlen
(crianças ou adultos):
·
Tropeçam com freqüência, são desastrados e deixam cair objetos;
·
Levam muito tempo para realizar leituras e para acabar a lição de casa;
·
Queixam-se de dores de cabeça, tensão ou cansaço na escola ou quando
lêem;
·
Evitam a leitura ou não tem prazer em ler principalmente em voz alta;
·
Saem-se mal em testes cronometrados ou testes padronizados;
·
Lêem o começo do capítulo e os resumos ao invés de lerem o capítulo
todo;
·
Tem mais facilidade em aprender nas discussões orais do que lendo;
·
Esforçam-se bastante para tirar boas notas, mas não conseguem;
·
Podem ser considerados preguiçosos ou desmotivados e sempre lhes dizem
que poderiam render mais caso se esforçassem;
·
Tem problemas de fluência e compreensão da leitura;
·
Tem problemas de concentração durante a leitura ou escrita;
·
Distraem-se facilmente ao ler ou escrever;
·
Ficam distraídos ou apresentam desconforto quando estão num local com
luzes fluorescentes ou brancas;
·
Entram em estado de devaneio durante a aula;
·
Não conseguem permanecer muito tempo fazendo tarefas acadêmicas;
·
Queixam-se freqüentemente de dores de cabeça, enxaqueca e outros
sintomas físicos, tais como dores de estômago, tontura e fadiga;
·
Sempre que podem preferem ficar no escuro ou com fraca iluminação;
·
Sentem-se incomodados com a luz de faróis de veículos e com brilho em
geral;
·
Apresentam desconforto visual ao usar o computador e terminam o dia
exaustos;
·
Podem apresentar dificuldade ao olhar para listras ou xadrez;
·
Podem apresentar pouca noção corporal espacial ou dificuldade com
degraus e escadas rolantes;
·
Têm dificuldade para pegar uma bola que lhes é atirada;
·
Na infância podiam apresentar tendência a brincar debaixo de móveis,
dentro de guarda-roupa ou simplesmente com menos luz nos ambientes;
·
Apresentam incômodos também com o som alto ou alergias pelo corpo e
principalmente nos olhos porque são extremamente sensíveis também nos outros
órgãos dos sentidos;
·
Apresentam pouca coordenação motora grossa e fina.
Outra coisa
importante que você precisa saber é que as lentes são um recurso necessário
porque o impacto do Irlen no desempenho de quem sofre deste quadro tende
a impedi-lo de competir em igualdade de condições com seus pares, seja na
escola, ou na vida adulta, uma vez que os sintomas se acentuam em locais
lotados ou ruidosos, com excesso de movimentação, iluminação ou odores.
quinta-feira, 25 de maio de 2017
Epistemologicamente, Dislexia é
uma alteração nos neurotransmissores cerebrais que impede uma criança de ler e
compreender com a mesma facilidade com que as crianças da mesma faixa etária.
Todo desenvolvimento da criança é normal, trata-se de um problema de base
cognitiva que afeta as habilidades linguísticas associadas à leitura e à
escrita (DROUET, 2003, p.137).
A Dislexia vai emergir nos
momentos iniciais da aprendizagem da leitura e da escrita, é uma dificuldade
específica nos processamentos da linguagem, para reconhecer, reproduzir,
identificar, associar e ordenar os sons e as formas das letras. As causas da
dislexia são neurobiológicas e genéticas. A dislexia é herdada, portanto, uma
criança disléxica tem um pai, tio ou primo que também é disléxico e a
incidência difere de acordo com o sexo: para cada três homens disléxicos há
apenas uma mulher.
Segundo SELIKOWITZ (2001,p. 3),
para melhor entender a causa da dislexia, é necessário conhecer, de forma
geral, como funciona o cérebro. Diferentes partes do cérebro exercem funções
específicas. A área esquerda do cérebro, por exemplo, está mais diretamente
relacionada à linguagem; nela foram identificadas três sub-áreas distintas: uma
delas processa fonemas, outra analisa palavras e a última reconhece palavras.
Essas três subdivisões trabalham em conjunto, permitindo que o ser humano
aprenda a ler e escrever. Uma criança aprende a ler ao reconhecer e processar
fonemas, memorizando as letras e seus sons.
Ela passa então a analisar as
palavras, dividindo-as em sílabas e fonemas e relacionando as letras a seus
respectivos sons. À medida que a criança adquire a habilidade de ler com mais
facilidade, outra parte de seu cérebro passa a se desenvolver; sua função é a
de construir uma memória permanente que imediatamente reconheça palavras que
lhe são familiares.
À medida que a criança progride
no aprendizado da leitura, esta parte do cérebro passa a dominar o processo e,
conseqüentemente, a leitura passa a exigir menos esforço.
O cérebro de disléxicos, devido
às falhas nas conexões cerebrais, não funciona desta forma. No processo
de leitura, os disléxicos recorrem somente à área cerebral que processa
fonemas. A consequência disso é que disléxicos têm dificuldade em diferenciar
fonemas de sílabas, pois sua região cerebral responsável pela análise de
palavras permanece inativa. Suas ligações cerebrais não incluem a área
responsável pela identificação de palavras e, portanto, a criança disléxica não
consegue reconhecer palavras que já tenha lido ou estudado. A leitura se torna
um grande esforço para ela, pois toda palavra que ela lê aparenta ser nova e
desconhecida (SELIKOWITZ,2001, p. 4).
No disléxico a idade de leitura
pode ser até dois anos inferior à idade cronológica e esse déficit se traduz em
dificuldades e demora para ler, geralmente observa-se também grafia ruim e
erros ortográficos ao escrever, assim como omissão de letras e espelhamento.
A dislexia não tem cura, mas
existem tratamentos que permitem que as pessoas aprendam estratégias para ler e
entender. A maioria dos tratamentos enfatiza a assimilação de fonemas, o
desenvolvimento do vocabulário, a melhoria da compreensão e fluência na leitura.
Esses tratamentos ajudam os disléxicos a reconhecer sons, sílabas, palavras e,
por fim, frases. Ajudar disléxicos a melhorar sua leitura é muito trabalhoso e
exige muita atenção, mas toda criança disléxica necessita de apoio e paciência,
pois essas crianças sofrem de falta de autoconfiança e baixa autoestima, pois
se sentem menos inteligentes que seus amigos. (MARTINS, 2004).
COMO IDENTIFICAR?
A dificuldade específica de
leitura ou Dislexia, é a mais conhecida e mais estudada forma de dificuldade
específica de aprendizagem, conforme já afirmamos anteriormente.
Para que o termo Dislexia tenha
algum significado, ele deve ser utilizado somente para crianças que tenham
consideráveis dificuldades para aprender a ler, que estejam fora da média
(SELIKOWITZ, 2001,p.5).
A Dislexia, normalmente, é
diagnosticada quando a criança está na escola; na maioria das vezes, ela não se
torna evidente até que aumentem as exigências do trabalho acadêmico, a partir
dos oito anos de idade.
As áreas de aprendizagem
envolvidas nas dificuldades reúnem habilidades acadêmicas básicas: leitura, escrita,
ortografia, aritmética e linguagem (compreensão e expressão). Essas são
habilidades fáceis de avaliar e são de importância fundamental para o sucesso
escolar.
De acordo com SELIKOWITZ (2001,
p.4), é muito normal que uma criança enfrente problemas em habilidades como
leitura, escrita, ortografia e aritmética no primeiro ou segundo ano escolar,
mas, após esse período, ela deve atingir um nível básico de competência.
Deve-se suspeitar caso a criança pareça estar aquém de suas potencialidades e
não esteja demonstrando sinais de tornar-se competente nas habilidades
acadêmicas básicas. Se a criança continua a encontrar dificuldades em leitura
depois deste período, ela pode ter uma dificuldade específica de aprendizagem.
Deve ser observado que o diagnóstico da dificuldade específica de leitura é
baseado no grau de atraso da leitura e não em tipos específicos de erros que a
criança comete.
Embora pais e professores sejam
os primeiros a suspeitar que uma criança tenha Dislexia, uma avaliação global
deve ser providenciada.
DIFICULDADES
PROVOCADAS
São muitos os sinais que
identificam a dislexia. Crianças disléxicas tendem a confundir letras com
grande freqüência. Entretanto, esse indicativo não é totalmente confiável, pois
muitas crianças, inclusive não disléxicas, freqüentemente confundem letras do
alfabeto e as escrevem espelhadas. Na Educação Infantil, crianças disléxicas
demonstram dificuldades ao tentar rimar palavras e reconhecer fonemas.
Na primeira série, elas não
conseguem ler palavras curtas e simples, têm dificuldade em identificar fonemas
e reclamam que ler é muito difícil. Da segunda à quinta série, crianças
disléxicas tem dificuldades em soletrar, ler em voz alta e memorizar palavras;
elas também freqüentemente confundem palavras. Essas são apenas algumas das
dificuldades provocadas em uma criança que sofre de dislexia.
Conforme SELIKOWITZ (2001, p.14),
a leitura do disléxico pode ser lenta e hesitante, com erros elementares. Ao
ler, ele pode formar a história baseado nas ilustrações para dissimular dificuldades
ou pode tentar adivinhar as palavras de forma desordenada. Pode ser incapaz de
soletrar as palavras em sua ortografia, apesar de tentar arduamente. Sua letra
pode permanecer muito imatura ou ilegível, apesar de grande esforço. Outro
sinal é quando ela consegue escrever claramente apenas se o fizer extremamente
devagar.
Suas habilidades aritméticas são
afetadas, ela parece confusa quando lhe pedem para fazer cálculos que se espera
de uma criança de seu nível de escolaridade. A criança tem grandes dificuldades
para entender o significado das operações aritméticas, como adição, subtração e
multiplicação.
Uma outra indicação de que a
criança pode ter uma dificuldade específica de aprendizagem é a lentidão da
fala. Ela pode encontrar dificuldade para se expressar ou sua fala pode ser
imatura e confusa. É a dificuldade da criança entender a linguagem que é
primeiramente percebida, ela pode ficar confusa diante de uma situação complexa
e não entender histórias adequadas à sua idade.
A criança pode ser inquieta,
impulsiva e incapaz de se concentrar em uma tarefa por um determinado período
de tempo, pode ter grande dificuldade para colocar as coisas na ordem correta
ou para aprender a diferenciar as noções de direita e esquerda. Aprender a dar
laço no sapato ou dizer as horas, pode estar além de suas capacidades, mesmo
com idade em que outras crianças dominam estas habilidades facilmente.
Uma dificuldade específica de
aprendizagem apresenta-se inicialmente como um problema de comportamento ou
como uma dificuldade de relacionamento com os colegas, isto pode ser uma
armadilha para os menos atentos, já que o problema pode ser atribuído à
indisciplina e, conseqüentemente, não surgir a suspeita de uma dificuldade de
aprendizagem. A criança pode recusar-se a fazer as tarefas escolares ou
ludibriar ao fazê-las, pode tornar-se arredia, agressiva ou hostil, ela pode
ser rejeitada pelas outras crianças e tornar-se socialmente isolada. Estes
comportamentos podem indicar auto-estima baixa como resultado das dificuldades
com as tarefas escolares. Dificuldade de concentração que resulta em
inquietação e impulsividade pode também se interpretada erroneamente como
indisciplina (SELIKOWITZ, 2001, p. 14).
A dislexia está muitas vezes
associada a outros termos e perturbações, como é o caso da DISGRAFIA,
DISCALCULIA, HIPERATIVIDADE E HIPOATIVIDADE.
A – DISGRAFIA é uma inabilidade ou
atraso no desenvolvimento da Linguagem Escrita, especialmente em escrita
cursiva. Escrever em computador pode ser muito mais fácil para o disléxico. Na
escrita manual, as letras podem se mal grafadas, borradas ou incompletas, com
tendência à escrita em letra de forma. Os erros ortográficos, inversões de
letras, sílabas e números e a falta ou troca de letras e números ficam
caracterizados com muita freqüência.
B – DISCALCULIA é a dificuldade de
calcular, porque encontram dificuldades de compreender o enunciado das
questões.
C – HIPERATIVIDADE
que se refere à atividade psicomotora excessiva, o jovem ou criança hiperativa
tem um comportamento impulsivo, é aquela criança que fala sem parar e nunca
espera por
nada, não consegue esperar por
sua vez, interrompendo e atropelando tudo e todos, não consegue focar a atenção
em um único tópico. Assim, dá a falsa impressão de que é desligada, mas ao
contrário, é por estar ligada em tudo, ao mesmo tempo que não consegue
concentrar-se em um único estimulo, ignorando os outros.
D –
HIPOATIVIDADE se caracteriza por um nível
baixo de atividade psicomotora, com reação lenta a qualquer estimulo, trata-se
daquela criança chamada “boazinha”, que parece estar sempre no “mundo da lua”,
“sonhando acordada”. Comumente, o hipoativo tem memória pobre e comportamento
vago, pouca interação social e quase não se envolve com seus colegas (MARTINS,
2004).
DIFICULADES AO APRENDER
A LER
De acordo com SELIKOWITZ (2001,
p. 49), a leitura é um processo complexo. A criança deve ver claramente as
formas das letras para que elas possam ser transmitidas para o cérebro. As
formas das letras devem ser transmitidas em seqüência para o cérebro, e sua
posição exata no espaço deve ser mantida. Em um leitor competente, o processo
que desenvolve em seu cérebro quando lê é automático, a criança tem um depósito
de palavras armazenadas em seu cérebro, área conhecida como léxico, que reconhece
palavras familiares.
Outro aspecto importante da
leitura: a compreensão. O léxico é conectado a uma espécie de dicionário no
cérebro, conhecido como sistema semântico; este armazena os significados de
todas as palavras que você conhece e permite que todas as palavras conhecidas
sejam enquadradas em seus respectivos significados (SELIKOWITZ, 2001, p. 50).
A leitura competente se sustenta
em um léxico registrado interno que pode reconhecer palavras familiares. Quando
um indivíduo tem um léxico bem equipado e pode usá-lo para o reconhecimento de
palavras, ele está no estágio automático (ou ortográfico) da leitura. A maioria
das crianças normais não alcançam este estágio até os 8 a 10 anos de idade, e
uma criança disléxica terá dificuldade de alcançar mesmo depois desta idade.
Conforme SELIKOWITZ (2001, p.51),
as crianças precisam passar por estágios preparatórios antes que possam
alcançar o estágio automático de leitura, o disléxico tem dificuldades para
alcançar estes estágios.
O primeiro estágio é o da memória
visual ou logográfico. Este não envolve um sistema léxico (o léxico está
vazio). Em vez disso, as palavras são conhecidas como se fossem pessoas ou
objetos familiares (SELIKOWITZ, 2001, p. 51).
De acordo com SELIKOWITZ (2001,
p. 51), o próximo estágio é o fonológico (ou alfabético) e é muito importante.
Crianças normais entram neste estágio aos 6 ou 7 anos de idade. Neste estágio,
as crianças trazem um sistema especial para leitura, que é essencial, quando
elas tiverem que equipar seu léxico para que possam progredir para o estágio
automático. O sistema utilizado é um caminho alternativo para o sistema léxico,
é chamado de sistema fonológico porque as palavras são quebradas (segmentadas)
em sons competentes.
À medida que as crianças adquirem
maior capacidade de traduzir os grafemas, elas começam a preencher o léxico do
seu cérebro com palavras. Quando isso acontece, elas podem começar a superar o
sistema fonológico e ter acesso ao léxico sempre que elas lêem uma palavra
familiar, isso não acontece com um disléxico, pois as palavras não conseguem
ser identificadas pelo léxico (SELIKOWITZ, 2001, p. 52).
DISLEXIA NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO
INCLUSIVA
Pessoas com alguma deficiência são vistas como incapazes na sociedade e
sofrem grandes desvantagens, especialmente em relação ao direito à educação.
Existe uma dificuldade de aceitação do diferente no meio familiar e na
sociedade, apesar de uma nova política de educação especial ter traçado
diretrizes que garantam aos alunos com necessidades especiais o acesso ao
ensino regular de qualidade e ao atendimento educacional.
De acordo com CORDÃO (2004), o sistema educacional está passando por uma
reestruturação, cuja proposta é a reestruturação do ensino regular, que tem
objetivo de fazer com que a escola se torne inclusiva, que seja um espaço
democrático e competente para trabalhar com todos os educandos, sem distinção
de raça, classe, gênero ou características pessoais, oferecendo condições a
esses alunos para que tenham acesso à permanência à escola, e que obtenham
sucesso no seu processo de aprendizagem.
A Constituição Federal de 1988, a Lei 9.394/96 e a legislação do
Conselho Nacional de Educação dão amplo amparo aos educandos com dificuldades
de aprendizagem relacionadas com a linguagem (dislexia, disgrafia e
disortografia). A dislexia é a maior incidência e merece toda atenção por parte
dos gestores de política educacional, especialmente os de educação especial.
Em tempos de inclusão de todos, particularmente dos portadores de
necessidades educativas especiais, não teria sentido colocar os disléxicos numa
sala à parte. Aluno disléxico tem muito a oferecer para os colegas e muito a
receber deles. Essa troca de saberes, além de afetos, competências e
habilidades só faz crescer a amizade, a cooperação e a solidariedade (CORDÃO,
2004).
Diante disso, há que se atentar, cada vez mais, para que direitos,
historicamente conquistados, sejam assegurados e possam proporcionar condições
adequadas à inclusão escolar e social de todos os alunos. Desde final da década
de 1980, a começar pelos dispositivos constitucionais, outros tantos documentos
legais sobre educação buscam responder às demandas da população em geral e
alguns desses visam a atender às necessidades de segmentos específicos da
população, como o daquelas com necessidades educacionais especiais (CORDÃO,
2004).
Além disso, devido ao grande número de documentos assegurando direitos
às pessoas com necessidades educacionais especiais, a própria análise legal
ficará restrita a cinco documentos oficiais nacionais, que são os que dão
sustentação à política de educação especial.
Será, nessa direção, conferido destaque à Constituição da República
Federativa do Brasil, promulgada em de 5 de outubro de 1988 (CF/88); à Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de
1996 (LDB/96); ao Plano Nacional de Educação – Lei 10.172, de 09 de janeiro de
2001 (PNE/01), ao Parecer n.º 17, de 03 de julho de 2001 (Parecer 17/01); e à
Resolução CNE/CEB n.º 2, de 11 de setembro de 2001 (Resolução 2/01).
A LDB é exemplo de Lei Ordinária, hierarquicamente, no ordenamento
jurídico do país, da Lei Magna. A LDB fará a correção social da terminologia
“portadores de deficiência” para ‘educadores com necessidades especiais”.
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996),
Lei nº 9.394/96, fica estabelecido que:
as escolas precisam ter em seus
projetos pedagógicos, o atendimento educacional aos educandos com necessidades
educacionais especiais, prevendo adequações na metodologia de ensino, na
avaliação e na atitude dos educadores, acessibilidade física da escola para que
o aluno tenha acesso a todos os ambientes da escola e ações que favoreçam a
interação social e práticas heterogêneas. O currículo a ser desenvolvido com
esse alunado deve ser o mesmo traçado pelo Conselho Nacional de Educação para a
Educação Infantil, o Ensino Fundamental, o Ensino Médio, a Educação
Profissional de Nível Técnico, a Educação de Jovens e Adultos e a Educação
Escolar Indígena.
De acordo com a Legislação de apoio para atendimento ao Disléxico – LDB
9.394/96, fica estabelecido que:
Art. 12 – Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do
seu sistema de ensino, terão a incumbência de:
I – elaborar a executar sua Proposta
Pedagógica;
V – promover meios para a recuperação
dos alunos de menor rendimento
Art. 23 – A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos
semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não
seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma
diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem
assim o recomendar.
Art. 24 – V, a) avaliação e cumulativa; prevalência dos aspectos qualitativos
sobre os quantitativos e dos resultados ao longo período.
Os avanços da Lei 9.394/96:
O atendimento educacional é gratuito.
Portanto, a oferta do atendimento especializado, no âmbito da rede oficial de
ensino, não pode ser cobrada;
Pessoas em idade escolar são
considerados “educandos com necessidades especiais”, o que pressupõe um enfoque
pedagógico, um enfoque psicopedagógico, em se tratando do atendimento
educacional. O corpo e a alma dos educandos são de responsabilidade de todos os
que promovem a formação escolar.
No artigo 4º, inciso III, a LDB diz que o dever do Estado, com a
educação da escola pública, será efetivado mediante a garantia de “atendimento
educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades educacionais
especiais, preferencialmente na rede regular de ensino”.
De acordo com o Presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho
Nacional de Educação, FRANCISCO APARECIDO CORDÃO, em conformidade com o
disposto no Art. 9o, § 1o, alínea “c”, da Lei 4.024, de 20 de
dezembro de 1961, com a redação dada pela Lei 9.131, de 25 de novembro de 1995,
nos Capítulos I, II e III do Título V e nos Artigos 58 a 60 da Lei 9.394, de 20
de dezembro de 1996, e com fundamento no Parecer CNE/CEB 17/2001, homologado
pelo Senhor Ministro de Estado da Educação em 15 de agosto de 2001, fica
determinado que:
“No âmbito escolar, crianças que
durante o processo educacional, demonstram dificuldades de aprendizagem,
limitações no processo de desenvolvimento, dificuldades não vinculadas a uma
causa orgânica especifica, dificuldade de comunicação são consideradas crianças
que apresente algum tipo de necessidades educativa especial. E a escola precisa
ser apropriada e ter condições para assumir um compromisso com essas crianças,
precisa disponibilizar de recursos de auxílio a alunos com dificuldades, a
escola precisa ser receptiva ao projeto de parceria com os pais e com os
profissionais responsáveis pelo acompanhamento do aluno. A escola precisa
trabalhar com o conhecimento, precisa respeitar as diferenças individuais e
avaliar o aluno pelos progressos que alcança e não
comparativamente com o grupo da classe”.
Art. 1º. A presente Resolução institui as Diretrizes Nacionais para a educação
de alunos que apresentem necessidades educacionais especiais, na Educação
Básica, em todas suas etapas e modalidades.
Art. 2. Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às
escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades
educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação
de qualidade para todos.
Art. 5º Consideram-se educandos com necessidades educacionais especiais os que,
durante o processo educacional, apresentarem:
I – dificuldades acentuadas de
aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento que dificultem o
acompanhamento das atividades curriculares, compreendidas em dois grupos:
·
aquelas não vinculadas a
uma causa orgânica específica;
·
aquelas relacionadas a
condições, disfunções, limitações ou deficiências.
Art. 15. A organização e a operacionalização dos currículos escolares são de
competência e responsabilidade dos estabelecimentos de ensino, devendo constar
de seus projetos pedagógicos as disposições necessárias para o atendimento às
necessidades educacionais especiais de alunos, respeitadas, além das diretrizes
curriculares nacionais de todas as etapas e modalidades da Educação Básica, as
normas dos respectivos sistemas de ensino.
Art. 19. As diretrizes curriculares nacionais de todas as etapas e modalidades
da Educação Básica estendem-se para a educação especial, assim como estas
Diretrizes Nacionais para a Educação Especial estendem-se para todas as etapas
e modalidades da Educação Básica.
Art. 21. A implementação das presentes Diretrizes Nacionais para a Educação
Especial na Educação Básica é obrigatória a partir de 2002, sendo facultativa
no período de transição compreendido entre a publicação desta Resolução e o dia
31 de dezembro de 2001.
A constituição Federal estabelece o direito de as pessoas com
necessidade especiais receberem educação na rede regular de ensino (art.
208,III). A diretriz atual é a de inclusão dessas pessoas em todas as áreas da
sociedade. Trata-se, portanto de duas questões – o direito à educação, comum a
todas as pessoas, e o direito de receber essa educação sempre que possível
junto com as demais pessoas nas escolas “regulares”.
De acordo com o Parecer CNE/CEB nº 17/2001 Resolução CNE/CEB nº 2, de 11
de setembro de 2001:
“O quadro das dificuldades de
aprendizagem absorve uma diversidade de necessidades educacionais,
destacadamente aquelas associadas a: dificuldades específicas de aprendizagem
como a Dislexia e disfunções correlatas; problemas de atenção, perceptivos,
emocionais, de memória, cognitivos, psicolingüísticos, psicomotores, motores,
de comportamento; e ainda fatores ecológicos e sócio-econômicos, como as
privações de caráter sociocultural e nutricional”.
De acordo com a Lei 10.172 de 9 de janeiro de 2001(PNE/01), do Plano
Nacional de Educação, Capítulo 8 Da Educação Especial – 8.2 – Diretrizes, fica
determinado que:
A educação especial se destina as
pessoas com necessidades educacionais especiais no campo da aprendizagem,
originadas quer de deficiência física, sensorial, mental ou múltipla, quer de
características como de altas habilidades, superdotação ou talentos.
(…) A integração dessas pessoas no
sistema regular é uma diretriz constitucional (art. 208, III), fazendo parte da
política governamental há pelo menos uma década. Apesar desse relativamente
longo período, tal diretriz ainda não produziu a mudança necessária na
realidade escolar, de sorte que todas as crianças, jovens e adultos com
necessidades especiais sejam atendidos em escolas regulares, sempre que for
recomendada pela avaliação de suas condições pessoais. Uma política explicita e
vigorosa de acesso à educação, de responsabilidade da União, dos Estados e Distrito
Federal e dos Municípios, é uma condição para que às pessoas especiais sejam
assegurados seus direitos à educação.
Tal política abrange: o âmbito
social, do reconhecimento das crianças, jovens e adultos especiais como
cidadãos e de seu direito de estarem integrados na sociedade o mais plenamente
possível; e o âmbito educacional, tanto nos aspectos administrativos (adequação
do espaço escolar, de seus equipamentos e materiais pedagógicos), quanto na
qualificação dos professores e demais profissionais envolvidos. O ambiente
escolar como um todo deve ser sensibilizado para uma perfeita integração.
Propõe-se uma escola integradora, inclusiva, aberta à diversidade dos alunos,
no que a participação da comunidade é fator essencial. Quanto às escolas especiais,
a política de inclusão as reorienta para prestarem apoio aos programas de
integração.
(…) Requer-se um esforço determinado
das autoridades educacionais para valorizar a perman6encia dos alunos nas
classes regulares, eliminando a nociva prática de encaminhamento para classes
especiais daqueles que apresentam dificuldades comuns de aprendizagem,
problemas de dispersão de atenção ou disciplina. A esses deve ser dado maior
apoio pedagógico nas suas próprias classes, e não separa-los como se precisassem
de atendimento especial.
A legislação deixou sob a responsabilidade da escola e de toda sua
equipe a definição do projeto de educação, de metodologia e de avaliação a
serem desenvolvidas. Deixa claro que para a educação tenha progresso, o estudo
e avaliação devem caminhar juntos, como instrumento indispensável para permitir
em que medida os objetivos pretendidos sejam alcançados. A educação é vista
como um progresso de permanente crescimento do educando, visando seu pleno
desenvolvimento, não só os de dimensão cognitivas, mas também o sócio-afetivo e
psicomotora, que igualmente precisam se trabalhados para o pleno
desenvolvimento do indivíduo.
A proposta de atender alunos com necessidades educacionais especiais
junto aos demais alunos, portanto, priorizando as classes comuns, implica
atentar para mudanças, no âmbito dos sistemas de ensino, das unidades
escolares, da prática de cada profissional da educação, em suas diferentes
dimensões e respeitando suas particularidades. A escola e seus professores,
particularmente, não
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